Essa semana vamos falar um pouco de um estudo fruto do BRISA, que avaliou os fatores associados às gestações não planejadas em Ribeirão Preto. O problema das gestações não planejadas é que elas aumentam os riscos à saúde da mulher e dos recém-nascidos, como por exemplo, maior risco de partos prematuros. As gravidezes não planejadas também impactam a economia de um país, já que perpetuam a situação de pobreza de muitas mulheres, uma vez que levam ao abandono escolar de muitas adolescentes que engravidam (de cada 100 adolescentes que ficam grávidas no Brasil, 75 abandonam a escola). Apesar de Ribeirão Preto ser considerada a 21ª cidade mais rica do país, de cada 100 mulheres que deram a luz em nossa cidade em 2010, 54 não planejaram a gravidez. Esta taxa é semelhante à do Brasil (55 gravidezes não planejadas em cada 100 mulheres que dão a luz) e maior que a taxa mundial de gestações não planejadas (40 gravidezes não planejadas em cada 100 mulheres que dão a luz).
Quem tem mais chances de ter gestações não planejadas em nosso estudo? Adolescentes, mulheres com 40 anos ou mais, mulheres que tiveram gestação prévia na adolescência, mulheres solteiras, mulheres mais pobres, mulheres que não realizaram pré-natal ou que começaram o pré-natal após o terceiro mês de gravidez, mulheres que fizeram menos consultas de pré-natal que o ideal e que continuaram fumando ou fazendo uso de bebidas alcoólicas durante a gravidez. Estes resultados mostram que precisamos melhorar as estratégias para reduzir as gestações não planejadas, especialmente em grupos de maior risco para esta situação. No pré-natal, acolher melhor mulheres com gestações não planejadas pode garantir mais adesão às recomendações dos profissionais de saúde.