Vamos conhecer os resultados do estudo “Efeitos do nível socioeconômico e do suporte social na violência contra mulheres grávidas: uma análise de modelagem de equações estruturais”.
Foram avaliadas 1446 gestantes em São Luís (MA) e 1378 em Ribeirão Preto (SP), entre 22 e 25 semanas de idade gestacional. Foram obtidas informações sobre o nível socioeconômico das gestantes e se podiam contar com suporte social, ou seja, pessoas ou instituições a que pudessem recorrer em caso de necessidades físicas, materiais ou emocionais. Foram investigados quatro tipos de violência: geral, psicológica, física e sexual. As taxas relatadas de violência em São Luís foram um pouco maiores que em Ribeirão Preto: em São Luís a violência geral ocorreu com 49,6% das gestantes, violência psicológica em 48,4%, violência física em 12,4% e violência sexual em 2,8%. Em Ribeirão Preto, as taxas de violência geral foram de 43,6%, violência psicológica de 42,9%, violência física de 10,5% e violência sexual de 2,1%. As gestantes com menor nível socioeconômico relataram episódios de violência física e sexual com mais frequência, mas o nível socioeconômico não teve efeito na violência geral e nem na violência psicológica. Mulheres que dispunham de pouco suporte social sofreram mais episódios de violência em geral, incluindo a violência física, sexual e psicológica. Ou seja, a disponibilidade de melhor rede de apoio social contribuiu para redução de todos os tipos de violência investigadas. Por isso destacamos que possuir uma rede de apoio social é um fator protetor para a violência contra gestantes e que nível socioeconômico menos favorecido é fator de risco para violência contra essas mulheres.
Por esse motivo, os resultados deste estudo sugerem que estratégias para prevenir a violência contra gestantes devem incluir a identificação de mulheres com baixo suporte social, uma vez que essa condição se mostrou associada com todos os tipos de violência investigados. Até breve e agradecemos a todas as mães que tornaram esse estudo possível!