Essa semana voltaremos a trazer para vocês os resultados de alguns dos estudos do BRISA, para que possam acompanhar e entender a importância de nosso projeto. O estudo selecionado se chama “Inversão de papéis tradicionais de gênero e violência por parceiros íntimos contra gestantes”. Sabe-se que a violência praticada por parceiro íntimo é um problema de saúde pública global e uma forma comum de violência contra mulheres, com múltiplas repercussões negativas para a saúde e o bem-estar da mulher e de suas famílias. Por esse motivo é um tema muito importante de ser investigado e discutido.
Em todo o mundo, cerca de 38% das mulheres com um parceiro íntimo relatam ter sofrido danos físicos e/ou violência sexual cometida por um atual ou ex-parceiro. No entanto, as taxas variam de 4% em países de alta renda para mais de 40% em contextos de baixa renda. Desse modo, acredita-se que o contexto cultural e econômico de cada país pode estar associado à uma maior ocorrência de violência por parceiro íntimo. Outro fator muito importante é a questão da desigualdade social entre mulheres e homens e a forma como a masculinidade e a feminilidade são entendidas historicamente dentro de cada família. Muito desse histórico cultural representa um obstáculo para o crescimento das mulheres e tem servido para perpetuar a violência de gênero e impedir o acesso ao emprego formal assalariado e ao ensino médio por parte dessas mulheres. Por isso, muitas vezes o empoderamento das mulheres em uma sociedade com características patriarcais e machistas não as torna livres da violência de um parceiro íntimo, uma vez que mulheres mais velhas, com maior escolaridade, melhor renda salarial ou mulheres engajadas em ocupações de status social mais elevadas podem ser vistas como uma ameaça à autoridade masculina no ambiente doméstico-familiar, resultando no uso de violência por parte dos homens para manter seu poder.
Acompanhem os posts da semana para entender os resultados desse estudo, que aborda um tema muito delicado, mas muito importante também!