Artigo sobre violência por parceiros íntimos contra as gestantes – Parte 3

Hoje vamos conhecer os resultados do artigo chamado “Inversão de papéis tradicionais de gênero e violência por parceiros íntimos contra gestantes”, realizado com dados coletados das mães do Projeto BRISA nas cidades de Ribeirão Preto e São Luís do Maranhão. Em Ribeirão Preto, 29,8% das gestantes sofreram algum tipo de violência cometida pelo parceiro íntimo, e em São Luís esse valor foi de 20,1%. Nos dois municípios, as gestantes que mais sofreram violência psicológica exclusiva e física/sexual eram mulheres de maior renda na família. Em São Luís, violência física/sexual foi mais comum entre mulheres com maior escolaridade em relação aos seus parceiros. Em Ribeirão Preto, violência psicológica exclusiva foi mais frequente entre mulheres com ocupações de menor status em relação aos parceiros. Com esses resultados, os autores do estudo concluíram que a inversão dos papéis de gênero tradicionais, que é quando a mulher tem maior escolaridade ou renda do que seu companheiro, está associada à violência psicológica exclusiva e à violência física/sexual contra as gestantes realizada por seus companheiros. Os achados sugerem que o empoderamento individual das mulheres não necessariamente protege contra o abuso pelos parceiros íntimos em contextos sociais em que persistem as normas de gênero tradicionais.

Obrigada novamente a todas as mães que participaram e contribuíram para a realização desse estudo, que traz importantes reflexões sobre o tema!

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