Hoje conheceremos os resultados do estudo sobre as mudanças na mortalidade neonatal e infantil e fatores associados em oito coortes de três cidades brasileiras, incluindo as coortes de nascimento do Projeto BRISA.
Houve redução das taxas de mortalidade perinatal, neonatal e infantil nas três cidades brasileiras investigadas (Ribeirão Preto, São Luís e Pelotas) e uma tendência de desaceleração da redução dos coeficientes de mortalidade no período mais recente em Ribeirão Preto, e até estagnação dos indicadores em Pelotas (1993-2004) e dos natimortos em São Luís. As variáveis sociodemográficas foram as que mais explicaram a redução das taxas de mortalidade neonatal e infantil em Ribeirão Preto (1978/79-1994) e São Luís. Dentre essas variáveis, o aumento da escolaridade materna, a redução da pobreza, o aumento da urbanização, a queda da taxa de fecundidade, a melhora no sistema de assistência pré-natal e os avanços nas tecnologias relacionadas à saúde neonatal e perinatal foram apontadas como os principais responsáveis pelo declínio da mortalidade infantil no Brasil.
Além disso, outra variável que contribuiu significativamente para desacelerar as taxas de mortalidade neonatal e infantil foi a diminuição nas taxas de restrição de crescimento intrauterino. Em relação a idade gestacional, houve um declínio em sua média com o passar dos anos. Mesmo assim, a idade gestacional foi a variável que mais contribuiu para uma diminuição nas taxas de mortalidade neonatal e infantil.
Concluindo, a maior parte da redução das taxas de mortalidade neonatal e infantil foi explicada pela melhoria das variáveis sociodemográficas e pela redução das taxas de restrição de crescimento intrauterino. No entanto, essas taxas de mortalidade ainda são elevadas em comparação com países de alta renda e poderiam ter apresentado uma diminuição ainda maior, se não fosse pelo declínio observado na idade gestacional.
Novamente, o BRISA agradece carinhosamente todas as mães e bebês que participaram desse importante estudo!
