A Escala de Estresse Percebido é o instrumento mais utilizado no mundo para avaliar a percepção do estresse, tendo sido validada e traduzida em mais de 20 países. Aqui no Brasil foi traduzida pela primeira vez em 2007 apresentando inicialmente 14 itens. Uma versão reduzida da escala, com 10 itens, também tem sido bastante utilizada e o estudo dessa semana propõe investigar a validade dessas duas versões em uma amostra de gestantes da coorte BRISA. Será que esse instrumento será adequado para avaliar o estresse em mulheres grávidas? Qual das duas versões, com 14 itens ou 10 itens, é mais indicada para essa população?
Para esse estudo, foram avaliadas 1.400 gestantes em Ribeirão Preto (SP) e 1447 em São Luís (MA) e os resultados indicaram que as duas escalas, tanto com 14 itens como com 10 itens, apresentaram bons ajustes e bons índices de validade e precisão em ambas as cidades. Além disso, a melhor estrutura para representar essa escala é aquela composta por dois fatores, ou seja, duas dimensões relacionadas ao estresse, chamadas de dimensão positiva (medindo resiliência a situações estressoras) e dimensão negativa (medindo situações de estresse). Entretanto, levando-se em conta alguns indicadores técnicos, a escala reduzida com 10 itens parece ser mais apropriada para medir estresse percebido em gestantes do que a versão com 14 itens.
Por esse motivo, o estudo dessa semana nos mostra a importância de se realizar estudos de validação, para termos certeza que o instrumento utilizado realmente está adequado para avaliar nossa população. Obrigada a todas que participaram!
